O Beijo de Tenebra

Mais adiante, em frente a uma tenda ampla, havia uma mulher bem vestida, em finos tecidos de seda. A tenda por si só era esquisita. Estavam à venda produtos estranhos. Tapeçarias com imagens de seres com vários braços, olhos na testa e outras esquisitices permeavam o lugar. A tenda também vendia incensos, aromatizantes, perfumes e sabonetes. Fora isso, haviam várias peças de decoração, ornamentos, estátuas e demais obras de arte.

Mas o que mais poderia chamar a atenção do pequenino ladrão era a caveira dourada que a mulher em roupas finas estava segurando. Ela aparentava avaliar a caveira. Ela estava claramente atrás de algo específico, e estava verificando se aquela caveira era mesmo o que procurava. Por fim, passados alguns minutos, a mulher sorriu e perguntou ao vendedor quanto custava a peça.

"Essssa é uma peçççça rara, sssenhora." Respondeu de forma estranha o vendedor. "Vejo que ssseu olho é perssspicazzz. Sssão trezzzentosss e cccinquenta tibaressss." Podia-se notar agora que o olho do vendedor era amarelo e de pupila fendida.

A mulher simplesmente pegou uma sacola de dinheiro e depositou em cima da mesa. Ainda sorrindo, ela lançou um olhar para o vendedor que faria um ser normal cair duro.

"Não, meu bom vendedor. Esta peça não é rara. Ela é única. Foi um prazer negociar com o senhor." Disse ela, resguardando a peça dentro de seu manto fino e virando-se para seguir viagem, enquanto o sorriso no rosto do vendedor se desmanchava. A sacola de dinheiro já não se encontrava mais em cima da mesa.

A misteriosa mulher andava de forma sensual, aparentemente despreocupada. Ela claramente dirigia-se para fora da feira. Ignorava todas as outras tendas. Seus passos eram firmes, com um rebolado de tirar o fôlego.

E a cena durou até ser interrompida por uma jovem que corria pela feira, brincando. Ela e um outro jovem, ambos humanos aparentando 15 anos, corriam dando risadas, perseguindo um ao outro. A menina corria olhando para trás, para o seu companheiro, e não viu a mulher à sua frente. As duas tombaram e foram ao chão.

Desconcertada, a garota baixou a cabeça e pediu desculpas, correndo para longe sem esperar por resposta.

A mulher estava lívida. Seu rosto pálido resplandecia sua raiva. Mas decidiu por bem de sua missão ignorar tal ato tolo. Levantou-se sem esforço e continuou para fora da feira.

Já fora da feira,Nikolai estava impaciente!Viu aquela mulher ser derrubada por uma menina!Uma menina barulhenta e risonha!Que boa ladra não teria percebido a aproximação da garota?!Provavelmente era só uma madame bonita.

Era a hora de agir!Seguiu a mulher ate o lugar mas deserto possível.Um beco escuro seria o ideal,mas uma rua pouco movimentada servia...

A 4 metros da mulher Nikolai pegou uma besta que estava coberta por um pano em suas costas,retirou o pano e o guardou rapidamente em seu bolso.A besta era simples,não chegava a impressionar,mas era bem cuidada e obviamente perigosa.Nik apoiou a coronha(semelhante a de um rifle ou mosquete)da besta contra seu ombro,colocou o dedo no gatilho,(Que era idêntico ao de uma arma de fogo)e mirou a mulher.

"Senhora,acho melhor você passar a caveira e todo dinheiro que tiver,coloque tudo ai no chão e vá sem se virar!Qualquer movimento estranho e eu atiro!"Falou isso numa voz baixa mas audível para ela a essa distancia.

((Lembrando que tenho crime(Intimidação)e ma fama(Intimidação +1)Mas acho que isso não vai ajudar muito...))

A mulher parou de se mover, e os poucos transeuntes que transitavam pela rua saíram correndo, com medo de serem alvos de bala dardo perdido.

A mulher hesitou um segundo e então falou algo em alguma língua estranha para Nikolai.

(( Teste de R para Nikolai ))

O membro 'Coruja' realizou a seguinte ação: Lançar os dados

'd6' :

Resultado : 5

Nik ouviu claramente as palavras,mas ele nãofazia a menor ideia do que siguinificava.

((Teste de resistencia?Me fu#* !))

O membro 'Alface' realizou a seguinte ação: Lançar os dados

'd6' :

Resultado : 5

A mulher lentamente virou-se para encarar seu 'assaltante'. Nikolai agora podia ver que a mulher era muito jovem e bonita. Devia medir o dobro de seu tamanho, cerca de 1,70 de altura. Tinha cabelos prateados, pele extremamente branca e olhos estranhamente vermelhos. Trazia consigo um sorriso no rosto.

"Então ... este ladrãozinho de meia tijela pensou que poderia roubar a mim? Tolo inútil. Agora, você morrerá por isso. Morrerá por ter ousado me separar de algo que procuro a muito tempo. A caveira ..." Ela dizia, enquanto passava a mão por dentro do manto. Mas sua voz foi cortada abruptamente, e a expressão tornou-se lívida. Seus olhos pareciam queimar de raiva quando ela avançou contra Nikolai, que não conseguia mover um único músculo.

Com um golpe de mão, a besta de Nikolai voou para um canto da rua, enquanto que a outra mão da mulher voou em seu pescoço. "Onde está, maldito? Onde está meu precioso objeto?" Perguntava ela, para o paralisado Nikolai, sem contudo causar-lhe dano para não quebrar o encanto. Nikolai podia ouvir tudo e mantinha a consciência, mas não podia reagir a nada.

"Escute-me, ladrãozinho. Você tem dez dias para me devolver a caveira, ou sofrerá a ira de Madame Mim!" Sentenciou, retirando a mão do pescoço de Nikolai. De sua mão saia um brilho estranho, como um cordão, que estava amarrado ao pescoço do halfling, como se fosse uma coleira. A bruxa segurou firme o cordão, que desapareceu no ar, enquanto a própria bruxa desaparecia lentamente. E antes de sumir completamente, sua voz ecoou pelo lugar, fantasmagoricamente. "Mansão de Zolkan ... dez dias ..."

Nikolai estava finalmente liberto do poder da paralisia. Mas ele não estava completamente livre. Apesar de não existir nada em seu pescoço, ele podia sentir um pesar, um incômodo ao redor da garganta ...

Tudo foi muito rápido e estranho,como se não passasse de um delírio.Mas foi real!Nik sabia que sim!Ele pegou sua besta e colocou ela nas costas,prendendo ela pelo estribo antes de cubrir ela novamente com o pano.

Droga!Aquela mulher devia ser algum tipo de bruxa!Acho que ela me amaldiçoou,cinto em minha garganta...E em dez dias...Eu...Ja era?

Puxou o ar e soltou devagar para se acalmar.

Vou recuperar a caveira!E leva-la para Mansão de Zolkan!...Depois que descobrir onde isso fica...Agora o importante mesmo é recuperar a caveira,salvar meu pescoço e depois voltar a procurar um roubo que valha a pena.E eu achando que hoje seria um dia lucrativo...

Agora nikolai tinha que agir depressa,não sabia bem onde procurar a caveira,mas tinha uma ideia,a menina risonha!Aquela que se esbarrou com a mulher!Só podia ser ela pois Nik vigiou a bruxa o tempo todo e só quem chegou perto dela foi a menina!

Nik Deu meia volta e correu na direçao que a menina foi.Atento a qualquer risada barulhenta,Nik correu.Correu para alcançar a menina,correu para pegar a caveira,correupara salvar sua vida.

De volta à feira, alguma coisa parecia ter acontecido de muito grave. Os soldados estavam ouriçados, andando em marcha forçada para lá e para cá. Uma multidão se aglomerava no centro, enquanto mais soldados iam e vinham da multidão.

Algumas mulheres seguravam a boca, meio que horrorizadas com o que acontecera antes. Outras seguravam seus filhos. O falatório era geral e não se podia ouvir muito além de um zunzunzun constante. Aliás, essa poluição sonora toda era ruim para Nikolai, cuja audição era extremamente sensível.

Alí, caído no chão no meio da multidão, jazia o rapaz que outrora corria com a moça sorridente. Ele tinha uma flecha cravada na perna e sangrava bastante. Ele dava gritos de dor, segurando a perna, enquanto um dos guardas o interrogava.

"Onde está ela? Onde está a sua comparsa? Para onde ela fugiu?" Aparentemente, aqueles dois haviam 'trabalhado' mais durante a ausência de Nikolai. Mas o rapaz era bravo. Ele recusava-se a dar informações.

Os guardas finalmente desistiram de interrogar o garoto. Ele estava irredutível. Então simplesmente levaram ele algemado para a prisão, onde receberia cuidados para a perna.

Enquanto isso, mais guardas agora cuidavam para dispersar a multidão e tentar retornar a feira ao seu estado habitual.

Nik seguiu os guardas ate a prisão.

Irónico eu vir aqui sem ser pego...

Ficou vigiando a prisão.Certamente os guardas teriam que voltar logo para a feira sobrando só uns poucos vigias por ali.Os que sobracem Nik podia dar um geito...

((Vida de ladrão é difícil!Nem fui pego e já estou a 10 dias da sentença de morte!))

A entrada da prisão era única, pelo menos por meios convencionais. Após a porta, encontrava-se uma sala relativamente pequena com um soldado e a grade que levava para as outras celas. O guarda trajava boa armadura e não parecia estar com cara de bons amigos. Entrar pela porta seria suicídio.

Após intensa procura, Nikolai se vê diante de uma simples, porém impenetrável cadeia. Em verdade, o motivo da cadeia não ter nenhuma falha está justamente em sua simplicidade. Para economizar na construção, a cadeia foi simplesmente fechada em todos os cantos, com apenas uma porta de acesso.

Contudo, com uma olhada mais perspicaz, Nikolai pôde perceber uma opção nada agradável. O esgoto. A fresta era mínima. Talvez nem o halfling conseguisse passar com as roupas todas. Talvez tivesse que se despir para poder passar. Além disso, aquela pequena vala estava constantemente suja. Montes de material pastoso, escuro e fedorento escorria lentamente, apenas acelerando quando um líquido amarelado escorria pelo lugar.

((Você me coloca em cada uma viu!T.T))

O buraco pequeno e fétido era repulsivo,uma opção desprezível mesmo para um ladrão.Mas a outra era mais perigosa e chamaria mais atenção.

Com a sorte que estou tendo hoje,vou acabar entrando pelo esgoto e ainda lutar com o maldito guarda!

Como seu olfato era muito sensível,Nikolai usou o pano que cobria a besta para tampar a boca e o nariz.Em sua cabeça avia uma tira de couro como uma bandana só que com lentes,era um óculos que Nik gostava muito,lembrava vagamente um óculos de natação.Ele o puxou para cobri seus olhos.

Colocou a besta e a aljava no buraco,depois tirou a maior parte das roupas deixando só o pano na boca e nariz,os óculos e sua cueca.

Deixando seu olfato,suas roupas e seu orgulho de lado,Nikolai entra(Ou tenta)no buraco.

Nikolai esgueira-se por entre as fezes e a urina de estranhos, provavelmente carregados de doenças de todos os tipos, naturais e mágicas. Nem mesmo a raça dos donos dos detritos poderia ser precisada. Poderia ser qualquer um, ainda mais naqueles tempos da Grande Feira.

Enquanto passava pelo buraco, parte da merda entrava pelas orelhas de Nikolai. Mesmo com o nariz tampado, o cheiro era por demais insuportável. Era simplesmente a pior coisa que poderia acontecer. Talvez a morte fosse mais acolhedora.

E quando pensou que terminava de passar, Nikolai se vê preso no meio do caminho, metade do corpo para fora e metade para dentro. Sua situação só melhora quando um pássaro preto, parecido com um corvo, passa sobrevoando o lugar. Naquele instante, Nikolai desentala e escorrega para dentro. Talvez Nimb se afeiçoasse pelo ladrão.

Mas com ou sem sorte, o resultado era digno de piedade. Nikolai era a própria latrina, com grossas camadas de material fétido cobrindo seu corpo, cabelo, ouvidos, e até mesmo a alma.

(( O cheiro levará algumas semanas para sair completamente. Até lá, Nikolai está Repulsivo, como na vantagem monstruoso. ))

A cadeia era simples por dentro, mas bem arquitetada para economizar no esgoto. As celas eram de grades metálicas, sem separação visual entre si. A primeira cela à direita estava vazia. A segunda cela estava ocupada por um elfo trajando roupas simples. A terceira estava ocupada por um meio-orc. A primeira à esquerda estava ocupada por um meio-ogro. A segunda pelo rapaz que Nikolai procurava. E a terceira por um halfling.


Aparentemente, estavam todos recostados, talvez dormindo, talvez pensando em suas próprias vidas. O fato é que ninguém prestava atenção ao monte de excremento vivo que acabara de adentrar a cadeia.