Caminhos

Nido se arruma e deixa Kunji esperando na sala principal do Templo , quando termina ele vai ver seu amigo e dá más noticias , ele reuni também TODAS as clérigas do templo de Lena , e faz uma pequena reunião na sala:

-Bem , minha mãe foi sequestrada pela guilda dos escravistas por algum motivo que eu ainda desconheço..., o nome do homem que a comprou é Brutos Fidalgo, o maior problema é que ele é rico e além de tudo tem uma pequena cidade,...
-...Bem , todas vocês são belas e puras, não posso ficar me preocupando com vocês, se algum minotauro maldito fizer mal a vocês eu nunca mais irei me perdoar... é por isso que irei mandar vocês para um lugar seguro , por um curto periodo de tempo , e quando eu conseguir forças para invadir a cidades de Brutos , voltarei com vocês para cá e de certa forma irão me ajudar.

Nido como a sua mãe , demonstrava certo amor e preocupação pelas clérigas, elas ajudaram a Gisele criar seu filho também...:

-Só que, claro, quero saber se vocês concordam comigo...?

Um silêncio enorme cresçeu pelo salão , Nido esperava que Kunji ou as clérigas se manifestassem, e também se , Kunji ajudaria Nido agora, ou não.

Após algum tempo de silêncio seguido de pequenos murmurinhos, a segunda clériga no comando adiantou-se e respondeu a Nido.

- De fato, Nido, mesmo crescendo aqui você nunca quis aprender a filosofia de Lena. Nós trazemos a vida. Nós zelamos pela vida, seja nossa ou de nossos inimigos. Existem guerreiros responsáveis por deter o mal a fim de evitar sofrimento maior, mas sempre fazemos isso tentando preservar a vida. Gisele foi sequestrada, não morta. Temos certeza que ela, tanto quanto cada uma de nós, vai preferir a situação atual a ver o filho dela derramando sangue. Essa é a escolha que qualquer uma de nós faria.

Todas a mulheres assentiram e esperaram a resposta de Nido. Mas Kunji falou na frente.

- Está bem, garotas. Faremos como vocês disseram. Não é mesmo Nido?

E aquele "não é mesmo Nido" soou como uma dica ao garoto, quando Kunji virou-se para ele e piscou um olho. Se Nido era mesmo filho de Muelbo, então seu controle emocional era tão bom quanto de uma mulher 'naqueles dias'.

Nido olha para Kunji com um olhar de "fica quieto", um olhar com raiva , o sábio Centauro ainda não fez uma escolha sábia , não era tão sábio quanto dizia ser:

-Bom, não irei mentir para vocês ,...
-...Eu lutar não é mais uma escolha , meus confrontos são eminentes, sinto muito se decepcionei alguma de vocês, acontece que, o amor que sinto por minha mãe e por vocês já não cabe mais em Tapista, e é por isso que eu sinto necessidade em ter vocês seguras para pensar uma forma de salvar minha mãe, podem ficar tranqüilas , nenhum sangue será derramado sem um motivo , e Lena vai entender meus motivos , vocês rezarão para minha mãe voltar e eu concretizarei.

Nido estava tentando de alguma forma convencer as clérigas de aceitarem suas escolhas sem ele ter que forçar ou impor nada a elas , se fizesse , seria igual a um minotauro.

-Bom , além da opção de mandarem vocês para um continente humano vizinho, eu tenho mais uma...trancarei todo o templo como se ninguém estivesse aqui,a unica saída seria a secreta pelos fundos, vocês poderiam comprar alimentos e coisas parecidas, poderiam continuar rezando por Lena , mas não poderiam atender os feridos de guerras minotauras , vocês estariam aqui mas escondidas, como se o templo tivesse acabado , assim , eu conseguiria mais forças para achar minha mãe , porque vocês devem ter salvo a vida de muitos guerreiros e muitos se juntariam a mim para salvar Gisele.

-Mas quero deixar bem claro a vocês que ... quando eu voltar com minha mãe , nos iremos embora de Tapista e abrirei um templo identico a esse , ou melhor , em um continente humano próximo.

-Bom e então , o que vocês tem a me dizer?

Kunji balançou a cabeça negativamente. Nido era incapaz de entender como funcionava as clérigas de Lena. O centauro, que era druida de Allihanna conseguia entender a outra deusa. Mas havia uma diferença entre Lena e Allihanna. Lena jamais atacaria e, quando atacada, ela simplesmente choraria e iria tratar suas feridas. Allihanna também nunca atacaria, mas ao ser atacada, ela não iria se defender, mas se vingar.

- Vejo que você já fez sua cabeça, jovem Nido. Acredito que as palavras desse velho centauro não signifiquem muito para você. Neste caso, apenas aguardarei algum pedido seu, como tributo a seu pai.

As clérigas de Lena balançaram a cabeça negativamente.

- Onde quer que existam feridos, haverão clérigas como nós. Se nós sairmos, outras virão para ocupar o lugar. E de nada adianta estarmos aqui se as portas estarão fechadas. Lamentamos, Nido, mas nossas funções não mudarão. Você é livre para fazer o que bem entender, nós não podemos lhe impedir. Apenas não faça nada que iria desagradar a deusa. Esta reunião está encerrada. Precisamos voltar aos nossos afazeres.

Pouco a pouco, as clérigas e adeptas começaram a se mover, saindo do vão principal e indo para seus afazeres pessoais.

Kunji ainda esperava a um canto.

Nido tentou salvar as clérigas, agora que Gisele não está, provavelmente o Templo vai ficar vulnerável, e se elas morrerem, Nido não vai ter sentimento de culpa.

Nido já estava começando a ficar sem esperança de como irei salvar sua mãe , sozinho era impossível, Nido vira as costas para as clérigas e vai até Kunji:

-Minha mãe foi seqüestrada , minha unica familia e a ex-mulher de Muelbo, e então, será que agora você vai me ajudar?

Kunji olha para aquele garoto impertinente e pondera as palavras. Afinal, ele era ainda o filho de Muelbo, seu melhor amigo.

- Escute garoto. Se você parar e botar a cabeça no lugar, vai ver que existem pessoas querendo te ajudar. Mas nem tudo é do seu jeito e no seu tempo, entendeu? Se eu vou ajudar a salvar Gisele? Mas é claro que sim. Devo isso a seu pai. A pergunta é ... você está disposto a trabalhar em cima de um plano ou prefere sair correndo na doida brandindo a espada acima da cabeça e gritando feito maluco?

Kunji esperava pela resposta de Nido. De fato, tal pai tal filho.

Nido depois de ouvir as palavras de Kunji deu um sorriso de orelha a orelha e um abraço no centauro, ele tinha que tomar atitudes de um homem mas ainda era só um menino:

-Sabia que iria me ajudar , Kunji...

-Bom , eu tenho planos também , mas prometo lhe ouvir , então , o que tem em mente ?

Kunji sorri ante a reação do garoto. Afinal, ele tinha mais juízo que Muelbo. Talvez fosse o lado da mãe falando naquela hora. Ele só esperava que o lado do pai falasse mais alto no calor da batalha.

- Bom, minha idéia era bem simples. Teleportar. Pegar sua mãe. Teleportar. Mas tem um problema ... não sabemos exatamente onde está sua mãe e o teleporte faz barulho pra caralho. Além disso, eu já sou procurado por Tapista. Não que eu ligue, mas que vai ficar ruim para sua mãe. Se formos tirar ela de lá, vai ter que ser para longe de Tapita. E eu acho que ela não vai aceitar.

Ele parou um pouco e então perguntou para Kunji.

- O que você tem em mente?

-Bom , a idéia é bem simples mesmo , vai ser bem mais rápido , só queria dar prejuízo que esse tal de Brutos merece , mas isso eu posso fazer depois que tiver minha mãe comigo...

Nido para um pouco, pensa e então continua:

-...éé verdade , ela não vai querer sair de Tapista , mas o motivo é tão simples quanto sua idéia , o problema é o templo , ela ama esse lugar , é a casa dela , por isso eu tive a idéia de construir um templo igual a esse em uma capital de um continente vizinho , então nada eles poderiam fazer, porque está em leis de outro estado, poderemos levar todas as clérigas e elas viveriam normalmente , só que longe de problemas.

-Eu conheço um cara que pode ver exatamente onde ela está! , só que tive contanto com ele apenas uma vez... , talvez você deva o conhecer , acho que ele conheceu meu pai , ele é muito agil e quando nos vimos ele saiu andando pelos telhados como um gato, a voz dele era...((Sei lá, você não descreveu *-*))
((Pra falar a verdade , nem eu conheço esse NPC))

(( Exatamente XD Você não conhece o NPC ^_^ ))

- Não ... não conheço ninguém assim. Muito estranho isso. Que eu sabia, eram apenas eu, seu pai e Trunks, sendo que o meio-orc já morreu e ele não era nada ágil e muito menos esguio.

Kunji franziu o cenho por uns segundos e então voltou ao normal, meio impaciente.

- E então? Vamos? Se vamos entrar e sair, vamos fazer isso rápido. Só preciso da localização exata da cidade do cara, de preferência da casa dele.

-Bom, vamos sim só que... não sabemos onde ele mora...teriamos que ir na cidade dele , ou contratar um ladino para investigar...

-E temos um problema , depois que nos salvarmos minha mãe , teremos menos de 2h para tirarmos todas as clérigas daqui e colocar em um continente humano que nem sabemos qual..., eles com certeza virão atrás da gente para nos atacar... e como somos apenas nós dois... sugiro que tiremos todas elas a força...

Kunji não achava aquela uma boa idéia.

- E qual a diferença entre nós e eles? Será que o fato de querermos o bem delas, justifica nossas atitudes?

Kunji ponderou a respeito.

- Ao invés de retirarmos elas daqui, por que não fazemos alguma coisa para atrair atenção sobre o templo? Assim, ninguém ousaria atacar o templo novamente, visto que não seria apenas mais um templo, e sim um ponto turístico ou coisa parecida.

Kunji pensou mais um pouco e ficou agoniado.

- AH ... mas eu não faço idéia do que fazer para atrair atenção de aventureiros para este templo ...

Nido tentava convencer o Centauro

-Porque essas terras são de Minotauros escravistas , pelo bem dessas mulheres , no inicio que levarmos ela para Petrynia ou Hershey elas não vão gostar nada , mas depois de construirmos um templo novo no novo continente , elas vão ficar mais calmas e não terão riscos nenhum por lá , por ser uma terra para humanos...

-Quando salvarmos minha mãe de Brutos, ele com certeza vai mandar dezenas de tropas para busca-la de volta e fazer escandalos em Calacala , lhe considero um Centauro forte , mas não para 100 homens , Temos que retira-las de Tapista!

- Não jovem ... Brutus não vai mandar dezenas de homens atrás de Gisele. Lembre-se que ela é uma escrava ilegal. Ela não deveria estar nessa condição. O que ele pode fazer é contratar mais um grupo para sequestrá-la. Por isso que eu pensei que, se chamássemos atenção sobre o templo, com o movimento, Gisele estaria segura. E não seja tão inocente ao ponto de pensar que as clérigas vão se contentar com um templo novinho. Não é a pedra a que elas servem, mas a uma causa. Se elas saírem, outras clérigas serão enviadas para este templo. E elas preferem ficar a ter outras mulheres jogadas para estas terras de minotauros.

Kunji andou de um lado para outro, tentando ver se isso ajudava a ele pensar.

- Bom, eu não posso fazer teleportes infinitos. Cada teleporte me custa energia espiritual e eu fico muito cansado depois disso. Nunca cheguei no meu limite antes, mas não pretendo fazê-lo tão cedo. Se eu esgotar, ficarei inútil. Não poderei nem lutar.

-Não fico satisfeito com elas aqui em Tapista , terras tão atrasadas , mas acho que não tenho muita escolha...
-Bom , se você poder fazer pelo menos dois teleportes , um de ida e outro de volta , ... , acho que só com esses conseguimos salvar minha mãe ..., estou pronto para irmos a qualquer instante...

Nido não estava pronto , ele estava muito ancioso e nervoso, isso com certeza iria lhe prejudicar em seu salvamento.

- Por mim, vamos a qualquer segundo, mas preciso saber onde fica. Vamos logo comprar um mapa ou contratar um batedor. Que tal?

Kunji estava ansioso por tirar logo Gisele das mãos sujas do minotauro. Só os deuses saberiam o que aquele minotauro iria fazer com a pobre Gisele, mãe de Nido e ex-amante de Muelbo.

-Por min tanto faz , só não sei aonde arrumaremos isso , dinheiro eu até tenho algum aqui comigo...

-Bom , e que eu saiba ... , os batedores usam montarias , ninguém aqui em Tapista usa...

Nido não sabia aonde encontrar uma batedor , ou algo parecido , será que em terras como Tapista existe alguem veloz para realizar tal tarefa rapidamente?

- Então a primeira coisa que temos que fazer é ir encontrar alguém. Diga-me ... se você está procurando trabalho, onde você iria procurar?

Kunji queria ver se o jovem Nido pensaria por si só. Apenas dar a sugestão não seria tarefa de um 'tio'. Nido tinha que crescer e amadurecer.

-Bom , depende... se eu foz um assassino , talvez a taverna , se eu for um guerreiro , talvez um exercíto , se eu for uma clériga , talvez um templo... se eu for um batedor, talvez...

Nido esperava que Kunji terminasse a frase para lhe ajudar , talvez nem o Centauro soubesse aonde os batedores trabalhavam...

- ... onde? Não sabe? Então por que não vamos aos lugares que você citou, em ordem? Talvez achemos um batedor em um deles. Minha maior aposta é a taverna ...

Disse sorrindo, já pronto para sair. Só esperava por Nido.

-Bom tudo bem , o único problema é que eu nunca entrei em uma taverna , porém conheço algumas...

Nido e Kunji foram para mais próxima do templo em Calacala.

Kunji caminhava meio tenso. Caminhar em Calacala não lhe trazia boas lembranças. O humano e o centauro entraram por fim numa taverna, lotada de minotauros. Tinha pelo menos uns 30 lá dentro em suas conversas e suas bebidas. Os caras mais próximos pararam de beber para olhar os novos visitantes. Cada minotauro estava acompanhado de uma ou duas mulheres humanas, provavelmente escravas. Em seus rostos, muita diversidade. Algumas sorriam e riam com seus amos. Outras pareciam esforçar-se para não chorar. E ainda outras pareciam ter morrido há muito tempo, sendo nada mais que cascas vazias de carne jovem, mas de espírito destruído.

- Fique comigo e não ponha tudo a perder. Temos um objetivo. Foque nele.

Disse Kunji para Muelbo, enquanto os dois dirigiam-se para o balcão. E mais uma cochichada.

- Talvez fosse melhor ter ido para Foz primeiro ...

Nido ficou extremamente irritado e 'sem ação' ao ver as mulheres escravas , isso só passou a fazer com que o menino tivesse mais raiva dos minotauros e mais vontade de salvar Tapista desse tipo de escravização.

Nido não falou nada , ele aprendeu com Kunji que era melhor ficar quieto do que abrir a boca para falar merda , mesmo que fizesse muito sentido mas aquela não era a hora, Nido esperou que Kunji falasse com o balconista o que eles procuravam, Nido estava com um pouco de medo também dos minotauros , alias era apenas um garoto, ele evitava olhar para trás aonde estavam os Minotauros com as mulheres , ele foco seu olhar para a mesa do balcão e ficou olhando para lá.

Kunji sorriu para o barman que o encarava com olhar estranho.

- Bom dia. Estamos procurando por proficionais na área de rastreamento e busca. Mais especificamente, alguém que conheça a região próxima de Calacala. Acontece que estamos tentando nos livrar de umas pragas de Kobolds, mas precisamos de alguém que conheça a região.

No início, o balconista ainda mantinha a cara fechada. Mas foi só Kunji mencionar que eles estavam caçando Kobolds que o taverneiro abriu um sorriso largo.

- Ah! Mas por que não disse antes? Claro que existem alguns por aqui. Vocês preferem força ou velocidade? Tem o Grunt alí. Ele é um minotauro forte e, além de rastreador, também serve para lugar. Mas se o negócio de vocês for velocidade, tem o Kaiash alí do outro lado. Não se enganem com a cara de mala dele. Ele é muito honesto ... enquanto estiver trabalhando, claro.

O taverneiro havia apontado para um minotauro de couro negro e chifres igualmente negros e para um gnoll de pelagem curta e bege. De fato, o Gnoll parecia mais esguio e ligeiro que o pesadão do minotauro, mas era visivelmente mais fraco.

Kunji olhou para Muelbo e, sempre sorrindo, concluiu.

- A decisão é sua. Você que vai pagar. A missão é sua. Você escolhe.

Nido sussurra baixinho no ouvido de Kunji:

-Acho melhor o Gnoll, não quero confiar essa tarefa a um minotauro sujo...

-E então , o dinheiro é meu mas vou deixar você escolher, voce que é o sábio.