Caminhos

Kunji atenta com a cabeça e dirige-se em direção ao Gnoll.

- Fiquei sabendo que suas pernas são velozes e seus olhos ligeiros. Quero saber se você conhece a região tão bem quanto dizem. Qual o seu preço?

O gnoll avaliou o centauro e então estipulou um preço para início de conversa.

- Que tal 100 Tibares para uma missão nas redondezas?

Kunji franziu o cenho e replicou.

- Isso depende de que redondezas são essas. Hora, para o que queremos, 50 Tibares pagam.

O gnoll riu e não saiu do lugar.

- Se é assim como diz, então quero ver arranjar alguém por 50 Tibares. Meu preço eu não mudo.

Kunji deu de ombros e voltou a falar com Nido.

- Bem, você ouviu a conversa. São 100 Tibares. Vai pagar?

-Eu acho que tenho esse dinheiro... bom, de qualquer forma pode contrata-lo, o dinheiro no momento não é o problema.

-E diz a ele que precisamos de velocidade no trabalho...

Nido estava ancioso pela volta de sua mãe , e um tanto preocupado.

- Muito bem, Nido, mas lembre-se que é você quem dará a ele as instruções corretas. Encare isso como parte do seu treinamento. E lembre-se que gnolls podem ser escorregadios. Então, instruções corretas!

Diss Kunji, afastando-se de Muelbo novamente e dirigindo-se ao gnoll.

- Muito bem. Aceitamos seu preço. Mas já vou lhe avisando que queremos velocidade nessa tarefa. Podemos conversar mais lá fora, pois aqui é muito barulhento.

De fato, a taverna havia voltado ao habitual, e as conversas rolavam soltas. Nido não pode deixar de ver duas realidades distintas. Enquanto algumas escravas humanas tinham cara de túmulo e pareciam padecer de sofrimento, outras estavam bem alegres e descontraídas, realmente aproveitando o momento e divertindo-se com seus amos. Será que haveriam escravas que realmente gostavam de seus donos? Será que, ao encontrar Gisele, ela estaria feliz daquela forma?

Nido não conseguia acreditar que as escravas estavam felizes , ele preferia acreditar que elas estavam 'forçando' a sua felicidade e que aquilo tudo não se passava de uma incenação para que os minotauros não ficassem irritados com as mesmas.

Nido não queria das instruções para o Gnoll , Kunji que era o sábio , Nido tinha medo de falar algo de errado e dizer algo de errado , o Kunji não entendia que não podia se chamar de 'treinamento' algo tão sério como a salvação de sua mãe.

Nido e Kunji e o Gnoll saiem da taverna para conversar lá fora.

O gnoll, já impaciente, adianta-se.

- Então? Como vai ser? Tempo é dinheiro.

Disse ele, dando uma risada típica de hienas no final. Kunji olhou para Nido e vendo que o garoto não se mexia, ele resolveu decidir tudo sozinho.

- Bom, precisamos varrer a área próxima à cidade do Lorde Brutus. As informações que recebemos é que as pestes dos kobolds estavam atacando por lá. Como Brutus não quer alarmar a população, nossa tarefa é fazer o serviço em sigilo absoluto e o máximo de ocultação possível. Seu trabalho vai ser mapear a área para a gente. Gostaríamos de contar com suas habilidades por mais tempo, mas o dinheiro é curto. Poderemos pagar por apenas uma varredura mesmo. Está tudo claro?

O gnoll refletiu sobre as palavras de Kunji e por fim assentiu com a cabeça. Não havia falhas nas palavras de Kunji.

***

Um dia se passou com o gnoll em campo, trabalhando. Kunji e Nido não o acompanharam, pois o hominídeo era muito rápido. Mas ao final do dia, o gnoll veio com notícias ... e um mapa.

- Eu não vi rastros de kobolds. A missão que vocês receberam pode ser furada. Mas o serviço foi feito. A cidade tem apenas um ponto de acesso, pois está cercada por muros altos. Na frente, portões grandes a protegem. Depois dos portões tem muitas fazendas, onde não pude me infiltrar muito sem chamar atenção. As pestes, se existem mesmo, podem estar escondidas nas plantações mesmo. Aqui está o mapa e onde estão meus 100 Tibares?

Disse ele, estendendo ambas as mãos, uma com um mapa e outra com a palma aberta para receber o saquinho de dinheiro.

Nido pega algumas moedas do seu bolso(o equivalente a 100 tibares) , conta , olha para o Kunji e dá as moedas ao centauro, ele pagar ou não era decisão dele , um trabalho bem feito com certeza não foi.

Kunji pega as moedas e não entende porque Nido não quis pagar diretamente o gnoll. Nido de fato estava evitando todo e qualquer contato com 'aquele povo'. Então o centauro simplesmente pagou o gnoll que sorriu e se despediu, voltando para Calacala.

Kunji esperou o gnoll se afastar e então dirigiu-se a Nido.

- Ao seu comando, garoto ...

Disse, sacando o machado teleportador.

Nido sorriu para Kunji e disse:

-Não vejo a hora !

Kunji dá a mão ao Centauro e espera o teleporte.

(( *Kunji dá a mão ao centauro* ... não sabia que Kunji era esquizofrênico XD ))

De repente, tudo ficou branco e ouve um barulho de trovão. Aquilo durou apenas alguns segundos, natural do teleporte de Kunji. Agora os dois se encontravam no saguão principal de uma casa enorme, a julgar pelo tamanho do saguão. Aquela era provavelmente a casa de Brutus.

Kunji olhou para os lados e falou rápido.

- Temos que encontrar logo a sua mãe e sair daqui. Mas antes vamos nos esconder que esse teleporte não é nada silencioso.

((Ele é!))

-Se esconder?!

Nido sussurra para Kunji , correndo para dentro do saguão e se escondedo atrás de algum objeto da sala.

Nido estava muito ancioso para salvar sua mãe , e ele ficou muito confuso ao parar no saguão, ele esperava encontrar sua mãe logo de cara.

Nido se escondeu atras de um vaso de porcelana, com desenhos de batalha ao seu redor. O vaso parecia ser pesado e caro.

Kunji correu para detras de uma pilastra, procurando manter o corpo de cavalo alinhado com a mesma.

Nao demorou muito e logo apareceram alguns guardas vindos de duas direcoes. Uma era a porta principal, e a outra era uma porta lateral. Os guardas se entreolharam, confusos.

- O que foi isso? Que barulho foi esse?

- Nao faco ideia. Parecia um trovao. Sera que e magia?

- Se for, prefiro ficar longe. Ainda bem que Brutus saiu para castigar um escravo foragido.

Os minotauros riram da piada e sairam por suas portas, voltando ao trabalho. O saguao parecia estar livre agora. Alem das duas portas, havia mais outras duas, uma ao fundo e uma na lateral esquerda.

Por desistência, perda da distribuição dos PEs.

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Fim