O Cálice das Fadas

Varrus sonhou. Em pé, acordado, olhando para a menina, quando ela disse em comprar uma armadura nova, ele imaginou como seria legal ter uma armadura com aquele couro de dragão que trazia debaixo do braço, um escudo também, tudo com couro de dragão, até o cabo de sua espada, uma longa capa de seda fina e grossa com um falcão dourado, simbolizando a liberdade, Lorde Varrus, protetor de Terras Altas.

Sonhou ainda mais. Imaginou que depois de ter matado o dragão, vários corvos seriam mandados para Terras Altas, clamava para cumprir tarefas árduas, até chegar uma mensagem para comandar forças do reino para acabar com os minotauros em uma invasão fenomenal a Tapista, imaginou montando em um lindo garanhão com sua armadura de dragão, uma espada de forte metal produzida por um ótimo ferreiro, na linha de vanguarda do seu exercito, brandido em fúria para cima dos minotauros e os cortando no meio como se fossem papel até que ... ele se viu ali de frente para a menina, sonhou por alguns segundos até a Juliana fazer uma cara de "Hâ ? Você tá aí ?"

Varrus sorriu e disse:

- Eu vou colocar tudo no cofre, se eu tivesse ganhado o dobro do que ganhamos, também colocaria no cofre, se eu tivesse ganhado cem moedas de ouro, também as colocaria no cofre, e mais tempo conseguiria manter Terras Altas, eu jurei defender o vilarejo Juliana,... Não posso comprar nada para min, só para nós. Devo ver o preço de algumas coisas antes de irmos, bigorna, fornalha... - Varrus queria sim ter uma armadura nova, ou uma espada mais resistente, mas não podia gastar o dinheiro individualmente.

- Bom, vamos visitar a feira, talvez você encontre algo que possa te interessar, dai comeremos alguma coisa e partimos antes de anoitecer. - disse Varrus retribuindo o sorriso, envolveu o braço que não estava ocupado na menina e foram andando em direção ao mercado.

Juliana pensou um pouco e retrucou.

- Como pretende proteger Terras Altas com essa armadura velha e mixuruca? Qualquer ataque dos minotauros vai te derrubar, se você não estiver protegido. Ainda acho que você devia comprar uma armadura.

O que ela dizia tinha certo sentido, mesmo assim ela resolveu não insistir mais e caminhou com Varrus para a feira. Haviam várias barracas armadas. Barracas com comidas, cereais, frutas, vinhos, tecidos, roupas, jóias. Em geral, os setores eram bem separados, mas aqui e ali via-se uma barraca 'fora do setor'. Por diversas vezes, Juliana parou de frente a uma barraca e perguntou o preço de algo. Todos os preços eram dados em moedas de cobre, o que significava que ela poderia comprar, mas ela parecia se conter. Chegaram por fim a uma barraca com artigos místicos. Runas, incensos, pedras coloridas e polidas, cristais brutos. O vendedor era um homem de rosto comprido, com uma barba negra, um turbante na cabeça, os olhos pintados de negro ao redor, e uma pedra incrustada na testa. Deveria ter certa idade já, aquele senhor.

- Bom dia, em que posso ajudá-los? - disse ele, sua voz soando mística.

- Bom dia, senhor. Eu estou apenas olhando e ... - de repente Juliana ficou muda. Seus olhos vidrados em um pedaço de pano dependurado. Era um tecido preto, com símbolos diversos gravados em linha vermelha por toda a borda do tecido, e entrando um pouco no interior. - ... isso é ... é ...

O vendedor sorriu. - Venho que tem bons olhos. Sim, é um manto da proteção. Não são exatamente raros, mas sua utilidade depende do usuário, se é que você me entende. - Ele pegou o tecido e desdobrou, revelando tratar-se de uma capa.

Capa:

- Sinta a textura da mais fina seda. Lhe será útil não apenas nas campanhas, mas também para seduzir o seu marido ... - ele indicou Varrus com os olhos.

Juliana ficou vermelha imediatamente. Meu sem jeito, ela tentou se explicar. - Ele não é meu marido. Somos ... irmãos. - era uma mentirinha, mas que o vendedor não iria ligar. Pouco importava se eram amantes devassos. O que importava era se iriam ou não comprar o tecido. - E quanto está?

- Míseras cinco moedas de prata. - disse o vendedor, com um leve sorriso. Juliana demonstrou sua vontade em comprar, mas ... cinco moedas! Estava caro. Ela gastaria quase tudo o que tinham ganhado.

Pobre menina, se os minotauros invadissem Petrynia ele iria procurar outro continente, ou se esconderia atrás de alguma cidade com muralhas fortes. Varrus tinha somente três espadas, quatro contando com a sua, mas Thormond era um tanto inexperiente, cinco sacerdotisas, sendo que nem todas tinha as lanças de batalha como Juliana, não ficaria em Terras Altas esperando um ataque, não era louco.

Varrus descordou, mas resolveu ficar quieto, sua armadura estava em bom estado, ainda podia ser usada, não era porque tinha alguns arranhões que estava acabada, a armadura era ótima, só não tinha um bom visual, e quanto mais arranhões melhor, isso fazia com que Varrus parecesse um guerreiro ativo.

Foram caminhando pelas barracas, ele tentava ver algo que lhe interessava, espadas, escudos, armadura, cavalos, coisas do tipo((Se aparecer alguma loja assim, me avise)), ele não iria gastar o dinheiro, mas gostaria de saber o preço.

Quando chegaram na barraca do homem místico ele se assustou, a capa era bela, porém valia duas armaduras completas e duas espadas grandes e meia, além de várias ferramentes e utensílios para o vilarejo.

Varrus sorriu de ponta a ponta quando a menina o chamou de irmão, antes tinha tentando algo com a menina, mas foi um erro, esse sentimento é o que ele agora mais concordava.

Deixaria a menina decidir, o dinheiro é dela e ela devia fazer o que quiser com ele, mas tentou ajudar:

- Você deveria dar este manto a ela como agradecimento por matar o dragão que queimava a cidade, poderia ter queimado suas coisas!

((Cara, Juliana se desmontrou muito inteligente, porque ela vai comprar uma capa que dá o mesmo status que a mágia que ela acabou de comprar dá ? ptz em..))

(( Ela pegou a magia pensando em você, e no que você passou. Ela não o quer mais sendo dominado por nenhum xamã. E a capa servirá como proteção constante, não apenas contra domínio mental, mas também proteção física. Atualmente, ela concederá 2 pontos de armadura. Isso é o mesmo que sua armadura! Além disso, quando a Vontade de Juliana subir, a defesa da capa subirá também. É mesmo uma capa útil. Só é cara ^_^ Sobre as tendas de armas e armaduras, diga que encontrou uma tenda e busque nela o que você procura. Se vai encontrar ou não, deixe por minha conta. ))

O homem sorriu para Varrus, mas foi um sorriso de "amigos amigos, negócios a parte".

- Não me entenda a mal, senhor. Estou grato por terem matado o dragão, e nem sabia que foi esta garota, se é que foi ela mesmo. De qualquer sorte, quem cuida das recompensas nesta cidade é o Lorde Gunther. E, para completar, meu sustento vem de minhas vendas. De que adianta ter a vida salva se vou morrer de fome por dar minhas mercadorias de graça? - ele olhou de Varrus para Juliana, e então fez uma proposta. - Que tal um desconto. Algo que não costumo fazer. Vou abaixar o preço da capa. Quatro moedas de prata, aqui e agora, e não se fala mais nisso.

Juliana segurou a respiração por um momento, até um sorriso brotar em seu rosto, e ela aceitar a proposta.

- Eu aceito! Ah ... eu quero! É minha! Veja Varrus! - ela mostrava a capa para Varrus toda feliz, quase dando pulos de alegria. O homem místico deu uma leve tossidinha e estendeu a mão aberta. Juliana entendeu e pagou o homem. Depois, num movimento, vestiu a capa. Ela era linda, e naquela capa ficou mais ainda. Certo que havia algumas mechas de cabelo queimadas, mas nada demais.

Depois dali, ainda passaram em uma loja de roupas, onde ela comprou um vestido bonito, diferente das roupas de aventura. Era um vestido simples, em tons verde e preto. Vestida nele, ela rodou na frente de Varrus, para se exibir. - E então, o que achou?

Juliana, Humana Sacerdotisa:

((Quatro moedas de cobre ? Nossa, ficou bem barato em.. ! E minha armadura de batalha dá 3 de defesa, e não 2))

- Você ficou linda. Sempre foi na verdade. - Disse Varrus satisfeito com a amiga está feliz, passaram por muitos problemas e a felicidade era um sentimento que ficou faltando nesses ultimos dias.

((Não tenho muito o que postar né..., estou esperando ela cabar com a grana >.<))

(( Valeu pela dica. Já consertei o cobre pela prata ^_^ Metais resolvidos, voltemos ao rpg ... ))

Juliana contou o que sobrara do dinheiro e pensou bem, bem mesmo a respeito do que compraria. E decidiu que guardaria.

- Melhor ter um pé-de-meia para momentos de necessidade. Eu já estou pronta. Podemos voltar para casa.

Enquanto andavam pela feira, contudo, passaram diante de uma loja de metais. Haviam algumas armas, armaduras, e vários outros instrumentos metálicos. Até mesmo garfos e facas estavam lá para serem vendidos. Os metais mais comuns eram o cobre e o aço, mas também era possível distinguir uma ou outra coisa em prata. O vendedor era um tipo de braços fortes, provavelmente o próprio ferreiro, com uma barba por fazer e um cabelo cortado curto, bem curto. Tinha a pele em tom de marrom escuro e olhos negros como o ônix. Trajava uma túnica de algodão simples, de tom claro, contrastando com sua cor de pele natural.

Juliana, Humana Sacerdotisa:

Varrus apenas olhou a loja do velho ferreiro, mas decidiu não ficar muito tempo para não se torturar.

- Então, vamos andando ?

Ele saiu com a menina da feira e foram em direção a saída da cidade, de volta para sua casa em Terras Altas, tinha novas histórias para contar e trazia um pouco de dinheiro no bolso.

A volta a Terras Altas foi bem comemorada. Primeiro porque a vila já não tinha mais problemas com comida. As duas vacas que já tinham sido compradas já eram suficientes. Segundo que o único ataque que a vila sofreu, de kobolds, foi facilmente repelido pelos guerreiros e sacerdotisas presentes. Agora que Varrus e Juliana estavam de volta, nada mais precisavam temer.

Verdade...?

Juliana, Humana Sacerdotisa:

Pontos de experiência:
+- 15 goblins = 3 pontos
dragão = 2 pontos
golpes de inteligência = 2 pontos
interpretação = 5 pontos
sucesso na missão = 1 ponto

Total = 13 pontos

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